À espera
A rubra rósea flor
Tão cálida
À espera
Generosa ela
Na janela
Corada pela brisa
Que desalinha-lhe os cabelos
Suaves caracóis
A desenrolar-se
Sem medo do afago
Quando ele voltar
Devagar em seu cavalo
Negro alazão
Intrépido e forte
Paladino de outros reinos
Pousa-lhe sobre os ombros
A mão robusta
E um suave beijo na fronte
Disfarça o lampejo abrasador
Em seus olhos de cobiça
Jovem singela
Rubra e bela
Incedeia-se
Antes que as luzes se apaguem
O desatino embaixo do vaporoso vestido
As mãos tímidas
Afagam-lhe a face afogueada
E num discreto morder de lábios
Entrega seus mais vis desejos