Fogo

Fogo

Essa chama em labareda que pelo corpo se espalha

num fogaréu de paixão que no desejo se alimenta

queima a pele e o âmago se tornando em fornalha

sem que ventanias apaguem o fogo que a sustenta

e pelos espaços as chamas lançadas esvoaçantes

crepitando gemidos e sussurros incontroláveis

indo além do corpo e dos murmúrios tão fagulhantes

para depois adormecer os prazeres ainda insaciáveis

e adormecido o fogo em brasas ainda ardentes

basta que o sopro da voz reacenda as fogueiras

e os corpos ainda avidamente vorazes e tão quentes

novamente se queimem e se entranhem em lareiras.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com