QUANDO NASCI

chovia em cores,

chuva amena.

era tarde da noite,

era alvorada

de minha vida.

anjos inquietos

e sorridentes

voavam alvoraçados.

flores cantavam distraídas

um canto campestre.

meu choro era

na cadência e compasso

de um bolero latino.

Chorava uma enxurrada de versos,

que apascentava meu sono;

meus primeiros sonhos,

que vivem até hoje.

raios de amor,

riscavam o céu,

luziam na terra,

na minha alma

de fraldas.

Sou filho da sacerdotisa,

e do guerreiro budista,

berço hereditário,

imagens primárias

guardado nos caminhos meus.

um fruto natural.

encanto que encanta,

abençoado por Deus!...

[gustavo drummond]