CREPÚSCULO

Quando em meu corpo tocaste,

a tez de tuas pétalas prazerosas

e a minha pálida boca beijaste,

fluiu em mim um rio de rosas

que hoje desagua na saudade.

A névoa orvalhada que deixaste,

cingida à luz do fulgor da aurora

e tudo aquilo que me dedicaste,

hoje dentro de mim, chora

em atroz e silenciosa sonoridade.

Meus olhos feito astro flamejante

antes luzidos de flavos pirilampos,

hoje regam de tristeza gotejante,

lira de teus luminosos campos

onde floresce minha insanidade.

Oh, Deus! Clamo a Ti o meu grito:

se for morrer de paixão novamente,

antes de partir para o céu infinito,

entrego-te a alma de amor doente

chorosa de tão triste enfermidade!

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 22/11/2016
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T5831398
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