Maça

A morte

Ronda.

O tiro

Rompe a carne.

Transpassa

O espirito

O grito

A dor.

E a cada sete palmos

Se encontra um corpo.

É onde termina toda ambição. A

Terra sempre absorve o morto,

Quando não há incineração.

E o transforma em tantas formas

Ambiguidades e fonemas.

O consolo!?

Apenas o silencio!

As palavras

Agora são árias

Sopradas

Pelos ventos.

Entre

As negras

Catacumbas,

E na pálida capela.

Para

Que tantos ornamentos assim,

Se tudo se acaba no tempo.

Indecifrável tempo que supremo

Perde-se ao longo do infinito

E faz da morte o mais bonito,

Fim.

Não,

Não,

Espere pelo poente

Prefira

O sabor de um beijo ardente

Dado agora

Pela manhã

Um beijo de língua descarado e indecente

Com gosto de maçã.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 13/11/2016
Reeditado em 02/12/2016
Código do texto: T5822243
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