Deem voz a quem não tem
Encontrei na poesia a junção
de mil amores, tédios incontáveis
dessa força que tripudia a alma
dos egoístas rendendo-os.
Como dizer em palavras do que se vende e a
natureza dá de graça? Como deixar
que decidam por mim quem se deita
em minha cama ou ocupa minha existência?
Palavras não podem jamais serem caladas
não voltam, constroem e destroem
dilaceram, explodem, marcam, inflamam
ardem e morrem vivendo do poeta para poeta
Adentram o homem reviram sua história
aguçam o sentido e a memória,
dão impressão de amor, falam pelo
coração em não ter; sempre têm razão.