Nossa paixão inocente
Paixão estremecedora
É esta que se vive
Arrebatado de lembranças
De olhares que se selavam
E dos toques
Que, pedindo algo mais,
Subiam à cabeça.
Enamorávamos um ao outro
Sem carregar aliança nas mãos.
Pelas cartas e bilhetes resolvíamos
Uma parte de tudo aquilo que se calou
Nas conversas estremeadas
E enlevadas por uma íris negra
A passear pelos olhos meus
No bálsamo do jeito seu.
O perfume da sua pele jamais esquecerei...
Nem do sabor dos seus lábios
Que se iam umedecendo
Pelos beijos que dávamos
Quando seus olhos se perdiam nos meus.
Viverei
Ferido o coração com a lembrança
Por algo que tão pouco durando
Ainda sim, pareceu uma eternidade
Que um dia talvez pare de soprar.