Uma única vez

Já perdi seu número

um par de vezes

e nem sou o último

a criar mil teses

sobre o campo do amor

e das fugas mirabolantes

a se enredar como flor

a se enroscar como amantes.

Já não sei teu nome,

mas lembro do teu rosto.

É que às vezes some

a memória daquele gosto

de sentir a primeira vez,

de romper aquela barreira

de tudo que a gente fez

sem pensar em toda besteira.

É que valem os momentos

em qualquer hora vazia.

A gente retoma os pensamentos

e pensa na grande alegria

que seria lembrar do rosto

e com um esforço a mais,

lembrar até mesmo do gosto

do gozo que se teve em paz.