Quando o entardecer deita-se no universo que o arrebol matiza o orbe de rubras cores tingindo de dourado as águas do mundo, minha alma enternecida, visita o mundo também, nos leitos poentes de rios, oceanos, lagos e mares, no cimo das montanhas, na linha do horizonte nos telhados lá nas matas no mais longínquo do mundo. Os meus pensamentos reflexivos, levam-me pelas sendas da eternidade. E uma nostálgica lembrança de acontecimentos marcantes, que não sei em que tempo vivi, mas sei que vivi, vem tateando pelas minhas reminiscencias e o meu olhar pousado sobre o entardecer de século, perde-se no horizonte e minha alma vagueia em busca de ti, meu amor. Relembro momentos lindos, vividos
com contigo. Nosso amor era tão lindo e intenso e nossas almas pareciam realmente gêmeas, não sei como o destino conseguiu nos separar... Sinto uma imensa saudade de ti, meu amor. Enquanto eu mirava o céu entardecido, via o teu semblante desenhado no horizonte, teus lábios a beijar as bordas douradas do universo, bebendo o mel que a tarde sorveu de mim e em sua infinita ternura para ti destilou... Deixei para ti meu amor, eflúvios da minha essência nas flores das manhãs, daquelas manhãs em que caminhávamos juntos, pelas relvas orvalhadas, admirando folhas bordadas em gotas de cristais de orvalhos, por onde deixei cair o meu olhar encantado pela natureza e apaixonado por ti. Beba-me na taça da da mais bela flor é o néctar de mim, feito dos meus doces sentimentos para fecundar em ti a eternidade do nosso amor...
Kainha Brito
Direitos Autorais Preservado
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