Teu
Quero dar-te o pouco que é meu
De bom grado quero dar-te o pão
Saciar tua fome, assear teu chão
Quero dos justos o sono que é teu
Quero a pena que não pese tua sina
Que tua vida não seja morna, ferva
Ou que te gele ao passo que ensina
Mas que seja tua, ainda que minha
Que a mesma pena não pese tua mão
Que o julgar seja justo e que seja firme
Que o propósito ainda que infirme
Não degrade a virtude de tua razão
De todo dissabor, que te reste a doçura
Que o puro alimento brote em teu flanco
Que o verdadeiro amor ressoe teu canto
E na jornada singular se finde a procura
De tudo que quero, nada haverá que te impeça
Ao paço que não poço pedir que se queira
Pois que não queira então o orgulho que meça
As métricas do amor de tua paixão derradeira.
Carlos Roberto Felix Viana