Uma Pequena Guerra
Sonho e realidade
Caíram em grave pendência
Um aliou-se à saudade
O outro juntou-se à urgência
O sonho invadiu o coração
Tomou conta de cada casa
Vindo rápido como trovão
Num magnífico bater de asas
Realidade assaltou a cabeça
Sendo exata, ocupou cada espaço
Impediu que eu me esquecesse
Que o fracasso é frio qual aço
Sonho atacou primeiro
Com todo o calor que existe
Calor como o que em janeiro
Faz suar aquele que resiste
Realidade se defendeu
Com o medo e a preocupação
Em não cumprir-se o que prometeu
Em não se ter capacitação
Sonho continuou atacando
Através do coração dominado
Com ondas de sentimento brotando
E vontade de ter alguém ao lado
Realidade veio contra-atacar
O ponto fraco do sonho procurou
Usou todo seu argumentar
Pra mostrar que o sonho acabou
Mas o sonho desviou-se da espada
E disse à Realidade, bem claro:
Enquanto sonhar custa nada
A realidade é algo muito caro
Entraram então em acordo
Um armistício foi combinado
O sonho disse “não mordo”
A realidade, “não te acho pecado”
Assim terminou a batalha
Cada um sabendo de si
O Sonho admitindo a falha
E a Realidade, sonhando por aí...