A mulher amada
O orvalho escorre
Na madrugada.
Nos lábios da aurora
A luz projetada.
A substância dá o peso.
Bocas unidas fazem a chama
O universo conclama.
Próximos e distantes
Seremos sempre amantes
Tua pele nua e quente
Estará presente.
Meu amor nada mudou.
Mas, a morte se debruça
Naquele que nunca amou.
Que seja uma criança
O renovar da esperança.
A noite dorme em silêncio,
Os olhos fitando a lua
Os seios e a barriga nua
Conquanto minh’alma é tua.
Com amor muito maior
Nosso corpo poreja o suor
(que se mistura para ser único)
E o êxtase chega melhor.
O sonho vive a certeza
A união, a natureza.
Mas, se contrário fosse:
A lua de bruços
O peito em soluços
A pele sem cor,
A dor.
O infinito frio
A água sem rio,
O vazio.
Mas, não é assim.
A perfeição do dia.
O c oração respira
O cheiro da poesia.
O céu tão longe
Tão perto
Me atribui o amor desperto,
O rumo certo.
A mulher amada no passado
A mulher amada no presente
A mulher amada no futuro
A mulher amada no escuro,
No cálido da noite,
No frescor da madrugada.
Sempre a mulher amada
No princípio e no fim de todas as coisas.
A mulher amada
É o sangue do poeta.
E a alma apetecida,
Guarda o sentido único da vida.
O AMOR.