O eterno da alma
Bebia seus lábios
Em beijos noturnos
E quietos sossegos
Deixavam meus arremedos
No longe dos longes.
Ela, sem dizer nada
Erguia a saia listrada.
Enquanto eu
Durante aquele senão
Mordia a carne da mão.
De repente,
Beijava-lhe a coxa quente
Que esperava ser tocada
A vida, assim, espantada
Corria o pouco a pouco
E carregava o peito louco.
O raio de luz se transformava
Tudo se tornava infinito.
O grito
E a incursão da música.
Na areia mole e macia
Ela me recebia
Com o flamejar das coxas quentes
Eu ali,
Com medo que Deus ouvisse
Os gemidos que ela dava.
Mal sabia o amanhã
O que o meu peito guardava.
O que acontece no amor
O tempo salva.
O mistério da carne
Passa a ser o da alma.
E nesse eterno profundo,
Deus abençoa o mundo.
A vida me conduz
E em lágrimas azuis
Nasce a madrugada.
Junto a mim, ficas tu
E a luz nunca se apaga.