LEMBRANÇAS DO AMOR ANTIGO
(Antonio Herrero Portilho)

No céu o quatorze bis,
Locomotivas em meio as fumaças
rodavam movidas á lenhas.

No mar um navio á vapor,
na agricultura um velho trator,
no porão um rádio transistor,
uma porção de coisas velhas,
nos ares exalando bolores.

Os óculos de redondas lentes
do lado o resistente camuflado capacete,
uma boina com a aba amassada,
pendurada no cabide,
uma farda de tenente; 
que um dia tombou por terra,
só restou despojo de guerra,
deste bravo combatente.

Agora uma senhora velhinha,
nos arquivos da memória
ainda guarda em mente,
o voou dos primeiros aviões,
a genial invenção do motor,

Naquela tarde fatidiga 
o apito do navio,
com pranto angústia e dor,
em meio a fumaça e vapor 
ela perdeu de vista 
aquele seu grande amor.

Assim Pensava em voz alta: 
– Foi no trem,
naquela viagem
que conheci o tenente,
vivemos intensas paixões,
dezembro dos anos novecentos,
ele um soldado novinho,
                             eu uma mocinha atraente.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Antonio Herrero Portilho

19-02-2016
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 20/02/2016
Reeditado em 10/11/2017
Código do texto: T5548953
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