SE A PERDA FOR O AMOR...

Ao caminhar para a vida,

Hoje posso observar,

O que nós acumulamos,

Veio sempre do ganhar,

O homem se acostumou,

Nada deixando passar,

Sempre soma ao que tem,

Mesmo pra desperdiçar.

Mas quando é pra perder,

Fica muito complicado,

Perde a paz do espírito,

Ficando aperreado,

Fala de tudo e pra todos,

Sem o devido cuidado,

Não escuta a quem lhe fala,

Só a si mesmo o coitado.

Se a perda é no amor,

Não preciso nem falar,

O homem fica uma fera,

Se mulher põe-se a chorar,

Conjectura faz de monte,

Pensa o homem vou matar,

Se eu pegar, ela se dana,

Diz a mulher, ao bradar.

É grande a confusão,

Na perda do ente amado,

Não há razão que segure,

Um coração transpassado,

Perder algo ninguém gosta,

Difícil é ficar calado,

Se chega ao fundo do poço,

Sem que se tenha o cuidado.

É falando dessa perda,

Que ganha a vida um sentido,

Porque ganhar não é tudo,

Mas perder é desmedido,

Não consigo me sentir,

Na perda, acometido,

Quem sabe também não tenha,

Na vida um amor perdido.

Rio, 30 de junho de 2007.

Feitosa dos Santos, A.