suave poema meu - raul franco
em sonhos
em devaneios
ela baila no espelho
eu no meio da sensação
poetando os versos do corpo
exposto em imaginação
suavemente ela desliza em mim
e me encara
logo sou presa fácil
nessa emoção rara
e ela não se cansa
de ser suave
de ser dança em nossas conversas
eu me lanço
e logo sou o azul do céu dos devaneios
nós dois, como fuga
paixões sob lupas
embalados por Sade
ensopados de carícias
e malícias bem vindas
nessa noite de pecados
eu, obcecado
em amor dançado
como poeta flutuo
nela nua
bela nuvem de provocações
nós dois no espaço das tentações
corpos e cansaço
velas, incenso e canções
desmaiados em êxtase
acordados na luxúria
poemas nascidos
de desejos e venturas
mais uma dose desse passo
desse gesto que me enlaça
agora encaixa em mim
que vou bailar até não poder mais
nosso barco finalmente no cais!