BRISA

Se a brisa imprimir uma furtiva carícia

e em teu corpo suave deslizar,

não fujas pois é apenas meus sonhos,

que despertos ousam ainda te amar.

Te peço, ainda, não rias!

Que a brisa o vento roubou,

com ciúme por tanta ousadia,

pois és tu também dele o feitor.

Mas, no feitiço de teus frouxos abraços

não te apiedas por tanta paixão?

Se amorosa embalo no espaço,

a inconstância do teu coração.

Lutar se a própria natureza disputa

dos teus lábios o favo de mel...

Que de doce nos conduz à loucura;

Que de amargo nos arranca do céu.