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   Estou em constante construção, portanto não tenho muito a declarar, exceto que já desfiz meus alicerces muitas vezes, por entender que eram ainda mais frágeis que minhas frágeis certezas de mundo. E assim continuarei, pois não aprendi outra forma de viver.
   
Pego-me acreditando no que me era tabu até poucos anos atrás, bem como, negando os fundamentos de minha evolução até aqui. Estou sempre misturando os contextos, embora, geralmente, relegue os resultados dessa mescla ao campo das fantasias. 
   
E frente ao mundo apenas vivo. E escrevo e vivo. Nem sempre vivo o que escrevo,mas muitas vezes escrevo muito do que vivi ou pretendo viver. Tampouco, escrevo tanto quanto gostaria. Passo longos períodos de seca literária, apesar de ter sempre a cabeça fervilhando de novas construções. Porém, busco filtrar a profusão de pensamentos desejosos de se esparramarem numa página em branco, povoando-a, para que não perpetuem idéias contrárias à leis da boa convivência humana. São tempos difíceis esses!  Gostaria de poder viver escrevendo, mas o lado da sobrevivência humana me cutuca todos os dias, lembrando-me das obrigações sociais que me acompanham e que dizem muito mais de mim do que jamais concebi. Existe aí uma dualidade gritante: o meu eu-mundo-real trava eterna batalha com o meu eu-lírico. E, muitas vezes, uma 3ª persona surge e apenas assiste preguiçosamente aos embates, ora torcendo por um lado, ora torcendo por outro. É o eu-covarde, minha persona mais ativa e a que mais me mantém de pés plantados no chão.
   
A alcunha "covarde" nem sempre é pejorativa, porque a vida nos dá duras lições e nos torna temerosos quanto às escolhas feitas. Quando assumimos grandes responsabilidades sobre outras vidas além da nossa, precisamos pautar nossos passos na certeza do acerto. E isso nos torna reativos e temerosos em excesso. No mundo real nem sempre os grandes adjetivos podem ser vividos em sua supremacia. Mas existem bases morais primárias que devem anteceder tudo em nossas vidas e na defesa dessas bases devemos sempre ser valentes.
   
Gosto de me imaginar libertando os pensamentos, independente das vertentes que tragam consigo e deixando-os livres para o julgamento dos leitores que conquistarem. Ainda não disponho de tempo para dar vazão a esse sonho. Mas sei que chegarei lá. Ainda pretendo me dedicar à nobre arte de escrever contos, romances, poesias e o que mais me apetecer.
   
Acho que isso me resume.