À meritocracia do amor

Por trás desses cabelos,

tanta timidez quanto desejo;

tão menina quanta mulher;

a se perder por um beijo;

a se firmar quando quiser;

a sorrir-se para emudecer;

a cerzir-se para conquistar,

ou o contrário pode acontecer

na sua vontade de imperar.

Assim é a mulher amada

em toda sua essência;

Tão minha dona ou possuída;

A me tocar em cavalgada

ou deixar-se à inocência,

ilusão no tempo dissolvida.

A se perder na sua paixão

ou ganhar-me no deserto

de um quarto, sua solidão,

meu desespero, por tê-la perto.

E tão longe sou desse sonho,

se conquistá-lo, de certo, valerá.

Mas sem sofrimento medonho,

qual mérito me acusará,

senão a sorte de ser escolhido

na coincidência entre sorrisos,

ou tímidos olhares, deveria ter dito?

Pedro Aldair
Enviado por Pedro Aldair em 27/10/2015
Reeditado em 27/10/2015
Código do texto: T5428925
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