ALMAS HOMÓFONAS
Você não ouve meu clamor
Mas, a carne houve prazer,
Como quem nega o amor,
E sacia a plena forma de viver.
Esta tua forma de amar incerto,
Vez ou outra não me conduz,
Outra vez me beija, inserto,
Peito aberto, braços em cruz.
Por vezes me queres, estático,
Apenas olhares presos ao tempo,
Fico pleno, satisfeito, extático,
Tua carne, teu leito, contemplo.
Esta tua roupa jogada ao cesto,
Teu corpo, a dança, teu hábito.
Estes dias, o quinto, o sexto,
Um desejo, dois corpos, um ato.
Esta alma silenciosa a espiar
Como quem vigia sem querer,
Mas, a mim deseja expiar,
Não fala, mas tudo quer dizer.
Teu jeito, teu leito, o acender,
Esta brasa que vaga no quarto,
Não queima, mas faz ascender,
Duas almas, dois corpos, dueto.
Estas homófonas almas plenas,
Estes desejos puros, desiguais,
Parecem corpos cumprindo penas,
Em um amor não visto jamais.
Você não ouve meu clamor
Mas, a carne houve prazer,
Como quem nega o amor,
E sacia a plena forma de viver.
Esta tua forma de amar incerto,
Vez ou outra não me conduz,
Outra vez me beija, inserto,
Peito aberto, braços em cruz.
Por vezes me queres, estático,
Apenas olhares presos ao tempo,
Fico pleno, satisfeito, extático,
Tua carne, teu leito, contemplo.
Esta tua roupa jogada ao cesto,
Teu corpo, a dança, teu hábito.
Estes dias, o quinto, o sexto,
Um desejo, dois corpos, um ato.
Esta alma silenciosa a espiar
Como quem vigia sem querer,
Mas, a mim deseja expiar,
Não fala, mas tudo quer dizer.
Teu jeito, teu leito, o acender,
Esta brasa que vaga no quarto,
Não queima, mas faz ascender,
Duas almas, dois corpos, dueto.
Estas homófonas almas plenas,
Estes desejos puros, desiguais,
Parecem corpos cumprindo penas,
Em um amor não visto jamais.