Constelação de flores
A lágrima rolava pelo rosto e caia,
No nada.
O coração sentia e pulsava tudo,
No nada.
Os pés caminhavam e percorriam, assim,
No nada.
Só a alma sentia
O pleno
E a mão o segurava.
Agora,
O puro som do céu veste-se de sol
E me faz límpido.
O amor reconhece a minha voz
E guarda o meu testemunho.
Um espaço branco ocupa o meu tempo
E uma estrela palpita sonhos.
Nasce o som de Deus nas minhas pedras
E palavras com destino.
Uma luz canta dentro de mim a melodia do sempre.
O vento cresce, dobram os galhos e beijam a terra que o nosso amor pisa.
Seguimos o hoje e os dias seguintes,
Onde estaremos colhendo o azul do ar
E o som das manhãs.
Depois de vinte três anos, ainda zuni a luz da energia
E um poema engendra os passos do destino.
Invento o dizível, para falar do incêndio dos olhos
E do cheiro da pele.
Cresce a paz,
Vive o amor,
Existe Deus.
E no coração,
Uma constelação de flores.