Vestida de Amor/Despida de Mim

Despi-me,
Lavei-me,
Das forças que sustentavam meu ser
Co’as lágrimas que inundavam minh’alma

E ofereci...
E sorri...

Despi-me,
Vesti-me
Das ilusões que julgava real
Das alegrias que restaram do sal
E acordei...
E adormeci...

Despi-me,
Vesti-me
Das palavras que compunham meus versos
Dos sonhos que acalentei
E não mais poetei...
E não mais os abortei...

Despi-me,
Vesti-me
De todos os amores que tive
Para os amores que nunca tive
E não mais amei...
E sempre desejei...

Despi-me de tudo
Vesti-me de vermelho
Deixei minha alma incolor
e meu corpo colori
Meu corpo inerte
para tentar um flerte
Feneci!
Renasci!

Luz Divina abraçou-me
Uma clara luz iluminou-me
De nova roupagem adornei-me
De velhas imagens livrei-me
Luz suave do repouso
Luz intensa...eu ouso!
Restituiu-me a força
Devolveu-me o viço da corça
Vislumbrei o real
e percebi-me femeal
Poesia fez-se vida em mim
Paixão tomou conta de mim
Amei com maior ímpeto
Vibrei em celulípeto

Vivenciei a Paz interior
Abandonei o meu eu sofredor
Hoje, dispo-me apenas
Agora, visto-me como as camenas
De todo dissabor
De tudo sinto o sabor
Vesti-me de AMOR!
Despi-me da DOR!

Denise Severgnini
Lina Meirelles