Nossa dança

Ah, por que não me dizes

o porquê de avançares

quando já pensava fugido,

o porquê de devassares

quando me pensava protegido?

Por qual artimanha

armas tuas manhas

e me apareces

desarmando-me

e me enlouqueces

ainda amando-me?

Por qual lapso falas

em meus ouvidos

se te escuto pelos olhos

e te devoro pelos sentidos

quando nem estás

e apenas me prometerás?

Por qual pena me escreves

e se passo tuas linhas

em curvas sem compasso,

angulo-me em teus traços

e lábios de geometria seca

quando olhas e me cercas?

Ah, por que não me dizes,

em tuas manhas armadas,

sem que te ouçam meu olhos,

em teu passo fugidio.

Por que me reapareces

e me rendes em tal ardil?

Pedro Aldair
Enviado por Pedro Aldair em 10/09/2015
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