O Amor está no Quarto ao Lado.
Casa infame!
Ao quarto ao lado,
Ouço os estalares dos beijos,
Os ruídos da cama que há tempos desconheço.
A musica à capela cantada sem afinação...
Eu sinto esse amor.
O vejo como flor envolta por um domo branco.
Eu o chamo,
Todos chamam!
Eu clamo.
Mas a noite traz aos lobos apenas a
Presa que lhes sacia a noite.
No teto,
Entre as misteriosas
Infiltrações sombrias ,
Tecem as aranhas suas camas,
Embaraçando-se em frenética harmonia.
Enquanto eu cá !
Vestido nos lençóis de seda paraguaios,
Tendo em meu corpo
a resta companhia a olhar-me.
Agora eu ouço!
Novamente me infiltro no ar.
As paredes ao lado emitem palavras que
À precipitação da vaidade,
Pressuponho serem destinadas a mim,
Recitadas ás costas do pudor pelas
Autênticas amantes da noite.
Eu o chamo!
Todos clamam...
Quero mais que todo este amor barato,
Que nas vértebras de sanidade,
Condoe-se à ferida da genuína alucinação.