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 Gabriel Trindade 




Filho do Mundo

Eu sou a pedra sedenta no rio
Sou filho do luar, amante de estrelas
Sou o pobre  homem do campo
Vivendo a versar
 poetizando  problemas.

Minha alegria está na
Irrelevância do viver
Na página do livro rasgado que li
Suspiro meu está nos olhos azuis 
Da donzela mais bela que em sonhos já vi.

Estou no caminho rumo a mudar o mundo
Quero ser tudo
Que tudo não sou, Quero fazer da flor mais sofrida
A fruta mais bela que o homem provou

Em luta, 
brava luta me indigno
Pra salvar a fé da criança frustrada
Este mundo, 
Mundo ainda não mudei
Mas fiz dos buracos sublime estrada.

Sinto ver a fragrância das rosas...
Mas foste a rosa que em carvão pretejou.
Sou a vida, a tristeza, o casulo,
Em minh’alma devaneio restou.

Sou o som em azul do  vazio
O grito do dom  que a pouco calou
Deitado em canetas enfrento a espada
Que no peito a amada 
impiedosa fincou.

De olhos em olhos vou logo pousando
Meus versos covardes
Lhe acompanharão
E se o mundo,
Se este não mudo
Me contento em tocar mais um coração.