ERRO DE INTERPRETAÇÃO
Quando li o seu bilhete
Recusei-me a acreditar
Pois, nele você me dizia,
Que suas noites eram vazias
E, portanto, já não podia,
Continuar a me esperar.
Meu mundo desmoronou;
Fiquei sem chão e sem ar.
E reli o bilhete tantas vezes
Tentando nele encontrar,
Uma palavra equivocada
Que pudesse o sentido mudar!
Mas nada disso adiantava,
Porque nele você reiterava,
Seu medo da solidão.
E me culpava pela ausência,
E açoitava-me sem clemência,
Ferindo o meu coração.
No bilhete você dizia assim:
“Minhas noites são vazias,
Cheias de melancolias
Eu quero tanto te amar!
Apesar de você distante,
O medo de separar constante,
Eu não consigo te esperar!”
E numa última leitura
Feita com muito cuidado
Percebi que uma vírgula
Mudaria todo o resultado.
E ela estava presente,
Mas na loucura da minha mente
Não a havia percebido.
E quando li novamente,
Meu coração sorriu de contente
Pois estava escrito assim:
“Apesar de você distante,
O medo de separar constante,
Eu não, consigo te esperar!”
Ilha Solteira/SP
28/06/2015 – 21:39h