PERPLEXIDADE

Fico aqui, parada,

Olhando as pessoas indo e vindo

Com seus problemas enormes,

Sua felicidade miúda,

Seu sonho impossível,

Suas insatisfações palpáveis.

Aqui dentro de mim

Vislumbro certas novidades aterrorizantes;

Reencontro com grande susto umas coisas antigas

E me apavoro fácil

Diante daquilo que é fugaz e monótono.

Sou poço escuro

Profundo, perigoso, obtuso.

Sou o carrasco

De toda a dor que minha alma suporta

Não há limite para minha fraqueza

Tampouco remédio para tanta agonia.

Nesse mistério em que me findo

Não consegui encontrar-me ainda

E nesse fosso me afundo mais

Numa epifania triste

De tanto amor

De toda a loucura que existe

E só aprofunda mais

Toda a miséria e lástima que inunda meu peito.

Te esclareço que não tenho a chave do segredo

Mas deixarei para trás

Todas essas mágoas e angústias

Que tua ausência me traz.

Há tanta doçura em teu silêncio…

E pouco entendo das histórias que tuas digitais

Escrevem em minha pele.

Alciania de Almeida
Enviado por Alciania de Almeida em 05/06/2015
Código do texto: T5267026
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