Amargura

Foi no negro dos teus olhos que me encontrei

E depois me perdi.

Em tuas mãos acesas

Vi mundos renascerem

Acreditei em mágica

E em céu.

No gosto da tua boca vi esperanças ressurgirem

Vi distâncias terem fim

Conceituei felicidade.

Desbravando teu sexo, conheci meu lado mais santo

E o mais impuro.

Fui obscena, fui saudade,

Fui causa perdida

Fiz pouco caso;

Vivi tempestades, senti silêncios.

E absorvendo teu suor,

Tua saliva, teus líquidos férteis

Fiz-me fêmea de tuas loucuras

Fui devassa de nossos desejos

Anjo de nossas desilusões.

Não aplaquei teus dilemas…

Agora, vejo-te lamentando as ausências.

No maior inconformismo, na mais silenciosa agonia,

Unimos nossas almas, sonhamos,

Perdemo-nos...

Fui o porto seguro de onde teu desamor partiu.

Desamor não, engano.

Numa das voltas da vida te fiz minha mulher…

E hoje amargo o gosto dessa solidão.

Alciania de Almeida
Enviado por Alciania de Almeida em 02/06/2015
Reeditado em 11/06/2015
Código do texto: T5263595
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