DESVELADO AMOR

Quis a vida que eu fosse enjeitado

não fosse mais, de quem me disse, amor!

E tenho levado o dia-a-dia sem cuidado

pois que já bem me esquece essa dor.

Fiz juras; talvez tenha sido descuidado;

pois quando a fome é muita é só esplendor.

E vai-se andando de pecado em pecado

e de tudo se vai olvidando, o real valor.

Se perante a lei e Cristo um dia delinqui

não me queira mal o mundo tanto amor.

Porque eras tu mulher e eu em ti

tudo quando ensejei de todo meu labor.

Bem sabes, que basta pouco, dizer o tanto

que te amo, e mesmo que de engano

em engano, este meu escuro manto

que me cobre, se mostre só à luz do desengano.

Porque em ti sempre acreditei

e mais acredito no muito que me esmero.

E se num passado por ti me apaixonei

é no futuro almejado, que por ti espero.

Ah, doce rapariga, cada vez mais bonita

a meus olhos! Se houvera um dia outra qualquer

que não tu, pois te digo e acredita:

não seria nunca mas nunca, minha mulher.

Jorge Humberto

06/04/15

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/04/2015
Código do texto: T5201874
Classificação de conteúdo: seguro