Amplexos

Nos braços livres.

Impedidos de desimpedir,

Atos em convite,

Vindo do corpo em elixir.

Já sinto o aroma dos poros,

No convite de suores,

Encontro macio de corpos,

Renegando momentos piores.

Brindemos com as tíbias,

Na valsa de próximos cadáveres,

Rodopiando em parca fila,

Balançando madeixas agradáveis.

Trincando os copos ósseos,

Perfazendo paralelos caminhos,

O seu eu é meu próximo,

Num sexo de partidos comprimidos.

Quão louca é a busca solta,

Braile de amassos tortos,

Gozando na presença da boca,

Amarrados pelas fotos.

Trapos que se enlaçam,

Como panos de prato,

Amarrotados despedaçam,

Soltando fibras no espaço.

Pássaros voam esmigalhados,

Poeirando os céus vazios,

Neblina de afastados,

Povoando cada canto do arrepio.

Sobra a sombra da sensação,

Que gela a emoção que fica,

Assoviando feito canção,

Badalando cabeças fictícias.

Dobramos ao máximo na convergência,

O que causa a impressão de horizonte,

Por isso nos braços pedimos clemência,

Suavizados pelo alento que irrompe.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 07/01/2015
Código do texto: T5094130
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