Codinome amor
Aquilo que sinto e não me faz sentido
Que sinto e praguejo e ainda bendigo
Que expulso de mim e à mim convido
Invadir as inconsciências daquilo que duvido
Aquilo que não vejo, dois palmos diante de mim
Um beijo inexplicável, o meio justificado no fim
Entrelaces nos arrebóis, nas alvoradas carmins
Naquilo que desespero, que espero que não e que sim
Aquilo impronunciável, indescritível, que digo aos berros
Que vem na brisa, no vento e a tormenta encerra
Que é incerto, que não logra êxito, hesito e quero
Aquilo que é do mar, das campinas e no sertão impera
Aquilo que escalda, que ferve no zero absoluto
Que escorre nas corredeiras e nada mais é tão puro
Que é meu e que posso, ao passo que não tomo posse
Aquilo que é dolo, que frauda, legalmente me emposse
Aquilo que mingua, farta-se nas nuances da dor
Aquilo que segue a estrela, a estrada, e está perdido
Aquilo que fere e que cura, que é alvo, é encardido
Aquilo registrado, nome e sobrenome, codinome amor
Carlos Roberto Felix Viana