A ALMA TEM CAIS PARA AS BARCAS DO SILÊNCIO

A dor que doí és o amor que adoras.

Se sonha a volta do cais da alma

A fala nua no rosto que acalma

Esse repetido segundo que choras.

Os primeiros beijos, o metrô que passava o tempo

Há tantos acasos nos laços do embaraço

O espaço sensível do fim em mim

Comido ao sabor do sopro na boca que temo.

Alvorecer as horas deliciosas ociosas

O canto incerto do silêncio me faz

Infinito como um segundo há mais

No agora, ontem das coisas que não são coisas.

Ela volta, chora, escuta lá fora

Bebe, aflora e anseia os céus

Ama o que perdeu e devora

Esconde, quando mostra agora.

O espelho solto vestido em minha alma

O primeiro som do coração ao lado

Desejo no meu peito sentido volta

Por ela impelido, atado em chama.

De Poeta das Almas - Fernando Febá

Fernando Henrique Santos Sanches

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 19/10/2014
Reeditado em 19/05/2016
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