Inconsciências
Ciente de que te perdi,
Por que o amor ainda mora em mim?
Dizem em toda parte que esta coisa acaba,
Dizem em todo pranto que um fim existe,
Dizem assim tanto - mas tão verdadeiro,
Nem eu sei, tamanho o receio
Deste amor que insiste em ser meu companheiro
Rimar versos direitos - eu não posso
Meu coração não permite e trava,
Minha alma parece sair e ameaçar,
Eis o medo deste amor decidir ficar
Sinto a sua ausência a cada instante,
Sinto que é constante o inconstante
Então por que o amor ainda mora em mim?
Por que não sai, simplesmente e parte?
Por que não busca uma mera vaidade?
Por que eu sinto que ele ainda está aqui?
Ciente de que você se foi,
Por que não arrancou e levou consigo este amor?
Ciente de que me deixou,
Por que da minha alma não se desvencilhou?
Ciências e mais inconsciências,
Constâncias e inconstâncias,
Partiu, mas não me deixou
Se foi, mas em mim ficou
Ciente de que acabou,
Ciente de que se afastou
Por que não levou embora,
A rima deste amor?
E um dia, sobre eternidades
De entrelaçar todo o nosso nó de vontades
Meu medo era de acabar...
E agora, entre este amor
Começa a soprar com força a dor
Do medo de nunca deixar de te amar.