SENTIMENTOS DE UM DESAMOR

O sol amanheceu,
mas o galo não acordou
O relógio marcou um tic tac incessante
Um som mortal de rajadas
De segundos mortais

Os minutos imperam como senhores
Do tempo fugaz, do silêncio de mora
Coabita o momento, primo irmão da era
Na atmosfera de vazios sem fim

Um dia inteiro, repasso eterno
Contraposto terno da candura ardil
Semear flores, colher joios, em horas a fim
ditames ferrenhos do senhor do tempo
esvaziando o santuário incólume
As horas passam, a plenitude avessa
O saber da alma que se arremessa
No precipício das nuances do breu

A morte é lenta e certa no dia a dia
Uma esquina casta profanada está
No vazio das horas que o silêncio abrolha...