Escritos Sobre Eros e Pathos
A imagem do amor salta aos olhos pela arrebatada paixão por
entre desejos contínuos intermináveis.
Não há no mundo nada mais profundo e existencial do que o fogo do amor.
É como Prometeu acorrentado. Pela visão do Sol na Alma entre o mundo da noite e do dia. Na divisão dos mundos separados, nas esferas que marcam os desejos humanos sentidos.
Como um impulso cego que quer dar luz ao caos.
Onde inebria saudade há espaço para falta.
O amor é um encontro com o desconhecido já conhecido anteriormente.
A linguagem do amor é a primeira e última verdade na fala do coração onde moram as palavras mudas.
São os romances da alma, no Templo da revelação do tempo.
Há sempre um tempo para provar o amor, para
encontrá-lo na experiência do corpo apaixonado.
O amor desvela o tempo com tantos contra-tempos, para ser aquilo que não somos mais que sempre esteve presente, latejando nos esconderijos secretos da alma
que não sabíamos que encontraríamos e seriamos.
Precisaríamos escrever contando um ao Outro nossos segredos, sem nos vermos de tão perto.
Somos puro esquecimento, é como se rompêssemos com o tempo ou se ele tomasse nova provisão.
Há no amor uma espécie de alimento que ultrapassa à paixão,
no descobrir do espírito quando se conhece.
O corpo no amor quer ultrapassar a alma, mas é a alma que contempla.
No amor o sentir do sexo é o provar da alma.
De Poeta das Almas
Fernando Henrique Santos Sanches