Das dores

Meus olhos só podem ver vestes brancas

As paredes brancas de um cômodo abafado

Enjaulam minha alma

Sufocada em um corpo inútil

Minhas pálpebras lutam

Entre a branquidão e o breu

Batimentos ziguizagueando nos monitores

Na cama de ferro a vida deixa de ser vida

O corpo é só matéria

De uma mente decomposta

Não estou mais aqui

E outra vez não cortam o cordão

Dói todos os dias

Eu choro por dentro

Quando vejo que choram por mim

E ninguém vê, e não cessa

Me deixa ir

E cultivar o que sobra desse amor

Na eternidade da saudade

Que eu já estou a sentir

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 28/05/2014
Reeditado em 15/07/2014
Código do texto: T4823278
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