Das dores
Meus olhos só podem ver vestes brancas
As paredes brancas de um cômodo abafado
Enjaulam minha alma
Sufocada em um corpo inútil
Minhas pálpebras lutam
Entre a branquidão e o breu
Batimentos ziguizagueando nos monitores
Na cama de ferro a vida deixa de ser vida
O corpo é só matéria
De uma mente decomposta
Não estou mais aqui
E outra vez não cortam o cordão
Dói todos os dias
Eu choro por dentro
Quando vejo que choram por mim
E ninguém vê, e não cessa
Me deixa ir
E cultivar o que sobra desse amor
Na eternidade da saudade
Que eu já estou a sentir