BUSCO TEU AMOR

Abro as portas do infinito
A buscar o que há de mais bonito
Para enfeitar os caminhos teus
Caminhos estes, que já foram meus!
Trilho sem parar a Via Láctea
A campear a estrela mais luminosa
Para dar-te a luz etérea
Desta existência mansa e temporosa...
Galgo, montanhas, cumes sem fim...
A procurar a planta mais rara
Para exalar o perfume-jasmim
De essência tão doce e clara!
Vagueio em profundezas abissais
A destruir as formas mais horrendas.
Quero ofertar-te os meus ais
Destas dores cruéis e agourentas...
Escrevo poemas, os mais loucos...
A expressar palavras, sem nexo...
Mas tudo parece tão pouco
Ah! O amor é tão complexo!
Penso em hipóteses absurdas
A descobrir tua incógnita
Destas vidas nulas e surdas
De ação confusa e insólita...
Tateio nas madrugadas escuras
A rebuscar a velhas fotografias
De ex-amor e muitas desventuras
Tudo em vão! Não há mais magias!
Sobrevivo na ânsia inútil de viver
A regatear atos e fatos
Ações infindas e sem querer
Que fazer com teus desacatos?