A ROSA VERMELHA
(Samuel da Mata)

Pulei a cerca, uma rosa apanhei com mui cuidado
E bem acomodada a pus no fundo da maleta
Meu coração pulava fazendo sacudir a camiseta
Como quem carregava no bojo algo sagrado

Nem sei como cheguei aquele dia à escola
Mais rubro estava que a rosa que eu roubara
Tremia como bambu que o vento assola
E o meu suar contínuo já tudo denunciava

Mas não podia recuar - Quem ama ousa,
Ainda que insana seja a sua atitude
Há muito já não pensava em outra coisa
Senão o declarar de meu amor solicitude

Mas quem seria assim a venerada donzela,
Que desmoronava assim o meu juízo?
Digo-vos: deste mundo a mulher mais bela
Que fazia de qualquer lugar o paraíso

Encanto assim, eu não ousaria descrevê-lo
Nenhuma beleza à dela já passou perto
Mas na luz do arco-íris, ainda a percebo
Pois o Sol sempre sorri ao vê-la, é certo

Cheguei cedo, bem antes da hora que o sino soa
Deixei a encomenda à mesa, e me sentei calado
Mas na chamada, quando chamou-me a professora
Já não pude responder, estava embasbacado!


 
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 15/04/2014
Reeditado em 06/09/2015
Código do texto: T4770323
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