A VERDADE QUE NÃO SE FALA
A VERDADE QUE NÃO SE FALA
Na espinhosa estrada da vida,
Para quem sempre busca o caminho,
Às vezes juntos às vezes sozinho,
Alongando a caminhada vivida.
Vida que passa ou fica no tempo,
E sonhos dantes idealizados,
Ficaram na poeira da estrada,
E poucos foram os realizados.
É a saudade que fica e não sai,
De um amor que morreu sufocado.
E quando encontrar-nos na eternidade,
Juntos, talvez a lembrarmos esses dias,
Saudades quem sabe, não mais agonia,
Do tempo perdido, das belas tardes,
Do outono, das folhas e flores em harmonia,
Outrora nunca vividos, que pena...
Se ousássemos saber que o amor é vida,
Quiçá, tivéssemos alongado a hora da partida,
E agora, talvez brindássemos não a morte,
Mas, junto aos nossos, brindássemos a vida.
Viva intensamente esse amor, viva a vida.
Não desperdice seu tempo com ressentimento,
Suspire, mesmo que seja seu derradeiro alento,
Suplante as dores advindas das atribulações,
Não renegue a lembrança do sublime momento,
Passado na estrada alongada da vida,
Nas pequenas coisas, às vezes ditas banais,
Mas que são atos e fatos que, não devemos jamais,
Permitir-se ao esquecimento, e que o corpo pereça,
E a alma, em brisa transforme os vendavais.
Rio de Janeiro, 30/04/2007.
Feitosa dos Santos, A.