Sobre Algum Sentir
Quando penso,
Nas suas sinceridades,
Guardo o lenço,
Com lágrimas de verdades.
A coragem do pranto,
Que em ato público,
Reclama o seu encanto,
Fazendo-se de único.
Nas sobrancelhas cerradas,
Como cílios de persianas,
Desfazendo caras ressecadas,
Em nomadismo de vidas ciganas.
Rompendo os casulos palpebrais,
Com a visão viva do instante,
Transformando os objetos em ideais,
No conto de fadas do delirante.
Apalpando as nuvens de algodão doce,
Absorvendo grandes porções dos céus,
Paralisando a paisagem toda em um close,
Captando as células desses contados pixels.
Rabiscando o planeta rascunho,
Na busca por certezas amorosas,
Deixando para cada ser o testemunho,
De suas emoções mais ricas e saborosas.
O amor não permite dúvidas,
Pois é feito de fatídicas certezas,
Consagrado em meio às angústias,
Se apegando nas inúmeras miudezas.
Com a palavra travada,
Gaguejando por impulso,
Já que sua natureza é desvelada,
Podendo no coração caber de tudo.
E os sonhos saltam então da mente,
Povoando os gestos mais expansivos,
Exalando o perfume do rebelde carente,
Que busca acolhimento após os conflitos.
Cada colo se faz útero pretendido,
Abrigando os corpos já crescidos,
Que após a expulsão enquanto filho,
Retoma a necessidade do berço perdido.