Rotineiro Anseio

Novo dia começa.

Corro a tua casa,

Adentro a tua morada.

Eu estou aqui e tu estás aí.

Por hora, isto me basta.

A vida segue seu curso...

Mas há o estalo de um momento,

Quando o sol impede a sombra

E falta o vigor para lida.

É então que te vejo ao fechar os olhos

E tua imagem renova o meu ser.

Recupero o meu fôlego

E continuo a caminhada.

O tempo passa.

As nuvens tomam a cor do crepúsculo,

A noite dá seus primeiros sinais.

Anseio tornar a ver-te.

Tua lembrança já não me satisfaz.

Não me contento em saber onde estás.

Necessito de algo a mais.

Careço que estejas em mim e eu em ti.

Desponta a lua no céu.

Em teus braços alcanço a serenidade.

Contudo, divinamente pobre é o existir do homem.

Pois, amar nesta vida faz o amante vulnerável

E sempre inconstante é sua posse sobre o amado.

Logo, a pedra para baixo novamente há de rolar...

Frei Michel da Cruz
Enviado por Frei Michel da Cruz em 24/01/2014
Reeditado em 15/02/2014
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