FUGA

Vou fugir qual um pássaro ferido

Para o alto de montanhas distantes.

Onde os nativos vivem felizes,

Em muita paz e alegria constante.

Vou, enfim, penetrar a floresta,

Com os meus sonhos ali ficarei.

O homem simples ali vive em festa,

E por isso ali viverei.

Vou deixar ilusões, que um dia,

Fizeram-me sofrer muita dor.

Sei que ali, minha alma vazia

Terá paz e também muito amor.

Vou viver em contato com os pássaros

Que não têm nenhuma maldade.

Com os esquilos, dividirei meu espaço

E também toda a minha saudade.

Quando enfim, a saudade apertar,

Sonharei com a tua presença

Em meus braços eu vou te abraçar

Para que o amor jamais desvaneça.

Em teus braços vou repousar,

Esquecer frustrações, todas as mágoas.

Sem receio, eu vou te contar

Meus fracassos e lutas inglórias.

Um segredo que guardo escondido

No profundo do meu coração.

Neste dia tu vais saber

A grande dor da minha solidão.

“JAMAIS CONFUNDA O POETA COM A SUA OBRA”

(POPE - 1688 - 1744) - Epistola II -