Defeso
De onde vem o amor proibido?
Do descuido do traído,
Que confiante e convencido,
Compromete o prometido,
E se acomoda sem razão.
Vem das juras dos nubentes.
Da escolha inconsequente
Do desgaste da união.
Vem da flecha do Cupido,
Um arqueiro distraído,
Normalmente desprovido
De juízo e de noção.
Esse amor errante alastra,
E a razão com faca castra
E sublima a emoção.
E qual tempestade arrasta,
Tudo que por ele passa,
A causar destruição.
Esse amor errante ferve,
Da paixão então se serve
E fere muitos corações...
Faz do tempo nada breve,
Faz do fardo nada leve,
A homizia-se nos porões.
Esse amor que se garante,
Nas venturas dos amantes,
No calar do anoitecer...
E se torna mais vibrante,
Cada dia mais que antes,
Toda vez que amanhecer.