TREM DE FERRO & CORAÇÃO DE ALGODÃO.

Duas crianças inocentes,

moradores desta vila,

em uma destas cidades,

no interior bem distante,

Onde a simplicidade do povo

onde ainda existe

isso é um fato constante...

Berto e Cecilia todos os dias,

às margens da ferrovia,

quando o apito na curva,

duas vezes ou três vezes

ou até mais...

depois ele surgia...

Aproximava por entre as serras,

Pulavam de alegria

as margens da ferrovia

assistiam o passar do trem.

Aquele gigante de ferro

apitava em altos berros,

fazendo um barulhão,

Berto e Cecilia;

estas duas criancinhas,

sentadinhos no gramado

correndo risco de vida,

por esta pouca emoção.

Mas assim se divertiam,

vendo o trem de ferro

deslizando sobre os trilhos,

parecia uma procissão.

Assim inocentes a brincar,

no decorrer do dia,

suas únicas diversões.

O tempo foi passando,

estas crianças inocentes

foram crescendo.

Até que se tornaram adultos,

e sempre que ouvia o apito

eles sempre lembravam,

de suas grandes paixões.

Neste sábado inesquecível,

o coração de Berto,

quantas desilusões!

Cecília iria embora

e embarcou em um vagão

- pela primeira vez na vida

Cecília minha querida,

eis nossa separação.

A máquina acelerava,

enquanto o coração de Berto

dilacerava, em pedaços se fazia,

entre a nevasca fria

os olhos verdes de Cecília,

chorava em profusão.

Estas linhas paralelas

que sustentava o trem,

refletiam fortes brilhos.

Parecia um mar aberto.

O grande amor de Berto

pouco a pouco desapareceu

sobre a imensa cerração.

Atherport/28/11/2013.

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 28/11/2013
Reeditado em 14/11/2016
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