Dos abalos temporais
Poesias rabiscadas, trituradas na mente
Que saem da alma e riscam o mundo
Dizeres calados em folhas amassadas
Que enobrecem a lata do lixo
Pessoas que por mais variadas
Repetem-se no vácuo pútrido das trivialidades
As línguas vencem os dentes
E a sépia pinta os dias
Sentado em pombas mortas
Num mar de repetições
Contemplar a fragilidade
Não mais atinge o querer
E por mais que se saiba não ser dono de si mesmo
Vale debruçar-se por só mais uma valsa
E por mais que a música atordoe em sua dissonância
Vale atirar-se à dança dos nossos dias