Dos abalos temporais

Poesias rabiscadas, trituradas na mente

Que saem da alma e riscam o mundo

Dizeres calados em folhas amassadas

Que enobrecem a lata do lixo

Pessoas que por mais variadas

Repetem-se no vácuo pútrido das trivialidades

As línguas vencem os dentes

E a sépia pinta os dias

Sentado em pombas mortas

Num mar de repetições

Contemplar a fragilidade

Não mais atinge o querer

E por mais que se saiba não ser dono de si mesmo

Vale debruçar-se por só mais uma valsa

E por mais que a música atordoe em sua dissonância

Vale atirar-se à dança dos nossos dias

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 19/11/2013
Reeditado em 19/11/2013
Código do texto: T4577836
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.