AMOR POSSESSIVO
(Samuel da Mata)
Redoma de vidro de ouro enfeitada,
perfumada de lírios e de encantos tomada,
arquitetada nos sonhos de um contos de fada,
cativa e seduz a pessoa amada.
Cortejo e juras completam o encanto,
sorrisos e beijos -- uma veneração;
jamais se encontra, em qualquer outro canto,
alguém que a ame com tal devoção.
Gazela da tarde, que saltita no campo,
não vês que é a brisa, que te faz sedução,
mas se presa de amor te fizerdes, no entanto,
sumirá dos seus lábios esta doce canção.
Ao peixinho de aquário não se vê saltitar,
seu olhar é sem vida, seu viver deprimido
preferia ser feio, mas livre no mar,
a ser belo, mas preso à redoma de vidro.
O amor, muitas vezes, é uma contradição,
é esplendor, mas é poda em pleno verão,
é flor arrancada de um jardim rico em vida
para murchar em um vaso duma sala perdida.
Quem ama de fato suporta a ventura
de ver sua amada, por outros querida,
mas mantendo no rosto a terna doçura
de viver seu amor rico em graça e vida.
O amor que aprisiona é obsessão,
é mesquinhez, é loucura é também perdição,
pois joga o seu dono em uma trama sem fim
que maltrata o amor e acaba sozinho.
(Samuel da Mata)
Redoma de vidro de ouro enfeitada,
perfumada de lírios e de encantos tomada,
arquitetada nos sonhos de um contos de fada,
cativa e seduz a pessoa amada.
Cortejo e juras completam o encanto,
sorrisos e beijos -- uma veneração;
jamais se encontra, em qualquer outro canto,
alguém que a ame com tal devoção.
Gazela da tarde, que saltita no campo,
não vês que é a brisa, que te faz sedução,
mas se presa de amor te fizerdes, no entanto,
sumirá dos seus lábios esta doce canção.
Ao peixinho de aquário não se vê saltitar,
seu olhar é sem vida, seu viver deprimido
preferia ser feio, mas livre no mar,
a ser belo, mas preso à redoma de vidro.
O amor, muitas vezes, é uma contradição,
é esplendor, mas é poda em pleno verão,
é flor arrancada de um jardim rico em vida
para murchar em um vaso duma sala perdida.
Quem ama de fato suporta a ventura
de ver sua amada, por outros querida,
mas mantendo no rosto a terna doçura
de viver seu amor rico em graça e vida.
O amor que aprisiona é obsessão,
é mesquinhez, é loucura é também perdição,
pois joga o seu dono em uma trama sem fim
que maltrata o amor e acaba sozinho.