O POEMA SOU EU

Sou os poemas que escrevo,

as paisagens calmas ou agitadas

que contemplo em minhas viagens,

as flores que meu olho fotografa.

Sou um rol de pequenas e grandes impressões:

um por de sol na Serra da Canastra;

praias perdidas em passados verões;

uma calcinha à mostra, descuidada ;

o cheiro bom e inesquecível

da primeira namorada;

um livro de edição rara

comprado de um mendigo, na calçada,

por umas poucas moedas;

uma estrada sem fim nem começo

no centro-oeste de Minas.

Sou o que o poema me escreve:

versos livres,

alguma rima,

pouca métrica,

bolsos pobres,

alma rica,

obra aberta

e inacabada. . .

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador de Poesias, na rotina dos fóruns, viajando de trem pela cidade do Rio, em 10/10/2013 –