"VEREDA CARNAL"

Em tempestade de paixão

me derramo líquido

sobre teu corpo

teus poros consomem o licor

e o orgasmo é cristal em nossos olhos

feres minhas costas com unhas felinas

teus gemidos íntimos

tem eco em minha boca

em ignescente vereda carnal

quando arremessas brandamente

nossos corpos nús, ao êxtase

assim, mansamente

amamos por madrugadas de aníz

tal qual lua cheia

que se esconde atrás de nuvens passageiras

e, reaparece, refeita

pedindo bis.

21/10/85. RS.

René Cambraia
Enviado por René Cambraia em 16/04/2007
Código do texto: T451499