SOMOS TODOS POETAS

SOMOS TODOS POETAS

O poeta renomeia o tangível,

recorda as peripécias do impossível,

tem algo de vidente, muito de louco,

se inspira em detalhes e por tão pouco ...

O inusitado lhe é próprio e propício,

lhe são íntimas as palavras e sinais,

se entranha nas raizes, testa os indícios,

de toda audácia e meiguice é capaz.

O laurel do poeta é ser lida a sua voz,

nas olarias, periferias, prostíbulos, usinas,

ter alguém que lhe conte sonhos reais.

Afinal ... poetas somos todos nós.

[Gustavo Drummond]