Planos caindo em desuso.

Eu não gosto de fazer planos… Certa vez eu planejei que eu poderia ser um mágico, equilibrista e acrobata, mas nesse elenco circense o único papel foi o de palhaço.

Planejei também salvar vidas. Na verdade a vida de uma única mulher... Eu não pude.

E tantos outros planos arquitetados foram desfeitos, exterminados, aniquilados pelas mãos impiedosas do destino.

Um desses planos era encontrar um grande amor, a minha outra metade perdida por aí. E como via de regra, eu já havia desistido de encontrar.

Mas numa noite corriqueira, de desilusão e angustias... Me deparo com uma luz solar vinda de um par de olhos, os quais me cegaram, me hipnotizaram.

E tudo aconteceu tão naturalmente, eu os conheci, os conquistei, e no auge da noite... eu os beijei.

Eu mal consegui dormir, não querendo pensar no que havia acontecido, não planejar um próximo encontro... Pra não perdê-la.

Mas não consegui, acabei pensando em você, naquele olhar, naqueles lábios, naquela voz... E quando caí em mim, lá estava eu planejando... Te ver outra vez.

Desde aquele momento eu sabia que eu ia te perder... Mesmo sem nunca você me pertencer.

Mas você veio para quebrar todos os paradigmas, a normalidade.

Você é como a maçã, o fruto proibido... E eu te vi, não resisti, e mordi! Você me tirou do meu pseudo-paraíso, aquele paraíso que eu tinha construído, o qual regia a lei de viver só!

Você destruiu todos meus males, devastou toda minha insegurança, desgraçou toda minha infelicidade. Você fez tudo isso porquê? Havia planejado tudo isso? E a troco de quê?

Você não sabia nem qual era o porquê de estar ali, só estava jogada à boêmia, esperando o tempo passar para esquecer as coisas que você julgava serem inesquecíveis. Você não planeja, você vive o dia-a-dia, seu único planejamento era desenhar plantas, construir castelos, mexer em calculadoras... Nada mais além disso. Você quando me conquistou, na verdade nem sabia que havia conseguido tal ato, você não queria nada em troca... Talvez rever aqueles meus pares de olhos.

Eu pude te ver no dia seguinte, foi algo nada planejado... foi mágico! E nessa mágica eu quis te ver sempre...

E tenho te visto sempre que posso. Nessa cegueira eu tenho visto apenas você; nesse transe que você me deixou, só seu estalar de dedos pode me fazer voltar ao normal... normal esse que eu não procuro ser mais.

Hoje eu não planejo. Eu aprendi! Eu vivo a cada dia... mas, de certa forma eu espero que, no futuro, você esteja comigo.

Pra tentar te convencer, eu sempre te lembro: Que estou aqui... Longe mas ao mesmo tempo colado em você; que esses arrepios inexplicáveis... São o reflexo de meus pensamentos; que suas músicas prediletas... Agora são minhas; que suas dores... Me afligem; que seus sonhos... Se confundem com os meus; e que sua vida... Já não faz tanto sentido assim... sem mim.

Domingos de Morais
Enviado por Domingos de Morais em 09/09/2013
Código do texto: T4474766
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